Tem dias
Tem dias que Deus se balança numa rede
E tem dias que ele me balança de sede
Tem dias que a sede morre pra te ver
E tem dias que a cegueira já me deixa sem beber
Tem dias que a vida me parece transparente
E tem dias que parece oca de tanta gente!
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Havia um céu e uma lua
e uma cidade despida dos andrajos de Deus!
Havia um dia e uma aurora, e um sol que agora nasce para queimar as marcas do passado
Havia um sol pra cada um
e uma sabedoria que cada um sabia ser,
como a maioria ,
como a menoria
que nunca poderia ter...
Havia seu mar e a minha angústia
Havia lagosta e a minha riqueza
Havia na mesa um som de fervido,
e embaixo da cama
um pivete engolido
Não vai _ disse eu
Vou eu _ disseste tu
Mas a marca estava escura,
e a loucura clara da sabedoria
Ali na pia
Pra lavar
Não vou subir a montanha
Vou descer essa manha
Na manhã que enrola
E colada de cola
Derrama terra nos fluviais
De seus olhos lacrimejantes
De verde palpite
De olhar que é limite
Para mim
Que carrego um violão
Uma arca de justiça
E um sol na contramão
Que me guia como o que
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A arte que busca socorro, a arte que socorre a tristeza, porque sorrir está entre nós, e a miséria do capitalismo precisa ser considerada!
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Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 27/05/2024
Alterado em 28/05/2024
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