A noite chega!
Me olham os olhos
da lua negra

Eu lobo na rua
E ela continua
Me perseguindo
Como se indo
Pro lago norte

Parece a morte
Que segue sombria

Querendo dividir
As trevas comigo
Que vivo na febre
Ignoro o perigo :

Menos morto  do que a fome
Menos útil do que seu nome
E mais companheiro do que a doença
Serei seguido por quem não pensa
Sou imortal
Sou a  destruição

Vera Mascarenhas
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Nem sempre o conhecimento desfaz o ignorante.
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A noite tem o dom de unir dois sós que amanhecem
um sol sem sol,
uma mente a só,
e um doente a mais

No meio  da noite
Onde sempre chove
Cobrindo as estrelas
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Sou um ponto azul
no fundo do mar
A navegar na areia
Por onde passeia
A falta de ar