1
minha vida é uma teia de aranha
que bate e apanha
antes que vença a madrugada
2
viver entre o portões
que abrem  portas
sem nada dentro
3
Deixar o que pode ser deixado
E pegar o que ninguém quis :
eis o que todos viram,
eis outro ouro de tolo..

4
Amar sem norte,
e desnortear o coração,
que  como bumbo, descompassa
perdido nas batidas
dentro da caixa dos costumes
5
daltônico fui um dia,
ao colorir o mundo com pensamentos...
eram momentos de cor,
mas meu amor era apenas vermelho
6
na sua íris
um arco íris
transparente como eu
7
Na vida que olho
Nem aumentando você
Me sinto pequena
Quem dirá pequena  diante de críticas!
8
Na vida que olho
Meu tamanho é sem igual
Nem aumento me devora
Nem imagem apavora
9
Na vida que olho
Nem a lente de aumento cresce
Nem do altar meu Deus me desce
10
Na vida que apavoro
Nem o total soma respeito
Nem desrespeito soma inteiro
Quem dirá o meu furto terceirizado
11
na vida tinha um esmo
que a esmo foi achado entre as pedras
que escolhidas  foram atiradas
12
da vida que flui
saiu preso o meu querer
por ti largado por prender
13
amo sua íris
de arco íris
transparente como eu

14
entre o inteiro e o rasgado
piso nos cacos
que cortam os remendos
15
a chuva do vizinho
afunda até afluente
razo como cuidar da vida dos outros..
16
Amar sem norte,
e desnortear o coração,
que  como bumbo,
descompassa,
perdido nas batidas
dos costumes
17
Já me curei com sua ferida
Que agora é minha também
Embora a vida não ligue pra isso...